O Departamento Intersindical de Estatísticas e de Estudos Socioeconômicos, o Dieese, divulgou na última quinta-feira, dia 6 de julho, um dado muito interessante sobre a situação do salário mínimo no Brasil. Conforme a publicação, em junho de 2017 o ideal de salário base para se sustentar uma família de quatro pessoas é de R$ 3.727,19.
O que se vê atualmente, todavia, reflete um valor 3,98 vezes inferior ao divulgado. Isso porque, desde o dia 1º de janeiro, já entrou em vigor o novo salário mínimo de R$ 937, valendo esse para todo o período de 2017.
Em relação ao ano de 2016, o aumento identificado foi de 6,48%, com base no valor R$ 880 do mínimo naquela época. O cálculo de acréscimo, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, o INPC, foi feito baseado na inflação.
Sendo assim, segundo o Dieese, em 2017 constatou-se o primeiro ano no qual o salário mínimo não atingiu o seu aumento real acima da inflação. O início do registro de cada série pelo departamento aconteceu em 2003.
O Dieese divulga a cada mês uma estimativa do quanto seria necessário para atender as necessidades mais básicas de um trabalhador e sua família. Esse valor leva em consideração alguns fatores da Constituição, como alimentação, moradia, educação, lazer, saúde, higiene, vestuário, Previdência Social e transporte.
Sendo assim, o salário mínimo ideal é calculado com base em uma cesta básica que é a mais cara entre todas as 27 capitais. O valor mais alto registrado em junho foi na cidade de Porto Alegre, com R$ 443,66.
É importante constatar que, de maio para junho, teve queda a diferença entre o salário mínimo real daquele que é necessário. Sendo assim, no mês anterior, o valor ideal era de R$ 3.869,92, o correspondente a 4,13 vezes a importância do salário mínimo.
O Dieese foi fundado em 1955, da luta de dirigentes sindicais brasileiros. Seu objetivo é desenvolver pesquisas que atendam as demandas de todos os trabalhadores.
Atualmente, o departamento atua nas distintas áreas de: pesquisa relacionada ao mundo trabalhista, assessoria em negociação, estudos em políticas públicas e formação e educação sindical.
Kellen Kunz
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