As medidas para frear o enfraquecimento e a queda da economia brasileira, foram anunciadas no dia 14/09 pelo ministro da Fazenda Joaquim Levy e pelo ministro do planejamento Nelson Barbosa, numa coletiva à imprensa no período da tarde.
As decisões anunciadas na coletiva foram tomadas por Dilma e vários de seus ministros, durante o último final de semana. Dentre as medidas, um bloqueio de gastos para o orçamento do próximo ano, no valor total de R$ 26 bilhões foi anunciado. Além disso, o Governo pretende aumentar a carga tributária, retomando a CPMF.
Somente a CPMF, segundo cálculos feitos pelo Governo, será responsável por metade do valor do ajuste das contas do país. O objetivo é que o imposto não dure mais do que quatro anos, mas o decreto pode ser mantido ou revogado pelo próximo Governo, afirmou Levy.
Outra medida seria a diminuição do número de ministérios e cargos comissionados, o que geraria uma redução de R$ 200 milhões para os gastos da União. Esses gastos, porém, não tiveram maior detalhamento na entrevista.
Na semana passada, a presidente Dilma havia declarado que o Governo já tinha cortado tudo o que poderia ser cortado com relação ao orçamento. A declaração dos ministros hoje, no entanto, vão contra a declaração feita pela presidente.
Algumas medidas precisarão do apoio do congresso para se tornar realidade e demandarão também maior confiança dos brasileiros. A proposta é que haja maior diálogo com a população, para que esta tenha real noção de que sua participação é importante para reerguer o país.
O ministro afirmou ainda que dois setores são responsáveis pela grande saída de recursos dos cofres públicos: a previdência e o funcionalismo público. A fim de diminuir o déficit da previdência, o Governo irá ressuscitar a CPMF, mas o ministro afirma que será de forma provisória. No máximo quatro anos, afirmou. Outra diferença é que todo o imposto ficará com a união, não haverá divisão com estados e municípios.
Já para frear os gastos, com o funcionalismo público o governo planeja adiar o reajuste de salários para o meio do próximo ano. Dessa forma, disseram os ministros, todos contribuirão de forma igual para reerguer a economia.
Suspensão de concursos:
Uma notícia que assustou os chamados “concurseiros” pelo país, foi a suspensão temporária de concursos públicos, também como forma de frear gastos com o funcionalismo público. Alguns especialistas, no entanto, acreditam que em breve a suspensão deverá acabar e os concursos voltarão a acontecer normalmente.
Medidas impopulares:
Embora, todas as medidas adotadas são de certa forma impopulares, é necessário um corte profundo de gastos. A crítica dos brasileiros é a de que maiores cortes deveriam ser feitos no orçamento do próprio Governo, antes de repassá-los aos cidadãos.
Quando questionados por uma das repórteres presentes na coletiva, sobre o porquê das medidas demorarem tanto para entrar em vigor Levy e Barbosa desconversaram. Se as medidas anunciadas hoje tivessem sido feitas desde o começo deste ano, com certeza, a nota de crédito do Brasil não seria rebaixada, e o país estaria agora em processo de recuperação.
Por Patrícia Generoso
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