O crescimento da economia brasileira, em 2010, foi um dos mais notórios em todo o mundo. Após dados sintetizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chegou-se à conclusão de que o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 7,5% no ano em comparação a 2009 (que havia recuado 0,2% em relação a 2008, o grande período da crise financeira global).
A confiança dos consumidores e empresários foi uma das principais e boas constatações. Contudo, alguns pontos começaram a apresentar recuo em 2011, entre os quais o Índice de Expectativas das Famílias (IEF), que recuou de 67,2% em janeiro para 65,3% no mês subsequente. Especialistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) acreditam que as medidas de restrição adotadas pelo governo, ao final do ano passado, e a diminuição no entusiasmo da população referente ao futuro explicam a baixa no indicador.
De acordo com Marcio Pochmann, presidente do instituto, de cada duas famílias consultadas uma afirmou possuir dívidas. Não bastasse esse fator, eis que surge outro: menos lares capazes de quitar contas atrasadas.
A pesquisa revela que para 15,4% das famílias o pagamento de todas as dívidas é possível, índice bem abaixo do registrado em janeiro (19,2%). Os lares aptos a quitar parcialmente seus débitos também diminuíram tal disposição, de 46,4% no início de 2011 para 44,5% em fevereiro.
Entretanto, Pochmann assevera que a maior discrepância ocorreu justamente nos lares sem condições de pagar qualquer dívida contraída, uma vez que a taxa neste quesito saltou de 32,2% para 37,7%.
Os propósitos do governo, tais como controlar a inflação por meio de medidas restritivas, parecem começar a dar certo. Aos poucos a população realmente perde o entusiasmo em sair às compras. O ímpeto visto em 2010, aos poucos, se esvai.
Por Luiz Felipe T. Erdei
Fonte: Ipea
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